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“Não vamos recuar”, afirmam indígenas em ato por demarcação

Comunidade de Aldeia Panambi Lagoa Rica rechaça proposta de acordo e promete permanecer em terras ocupadas

Redação
Por: Redação Fonte: Campo Grande News
29/07/2024 às 15h43
“Não vamos recuar”, afirmam indígenas em ato por demarcação
Foto: Reprodução/Campo Grande News

Indígenas guarani-kaiowá que ocupam áreas agricultáveis no município de Douradina prometem resistir à iminente tentativa de despejo e dizem que não vão sair das cinco áreas ocupadas há duas semanas.


Vigiada por produtores rurais, que também acamparam perto do local para barrar novas ocupações, a comunidade luta pela demarcação de 12,1 mil hectares em volta da Aldeia Panambi Lagoa Bonita, a 8 km do centro de Douradina e a 47 km de Dourados.

“Quando nosso povo coloca o xiru yvyrai, nosso marco sagrado na terra, nós não recuamos mais. Plantamos aqui a marca, o registro do nosso povo. Colocamos aqui e vamos manter, porque nossos direitos não são negociáveis. Não negociamos nossa terra”, afirmou o cacique Gilmar Veron, uma das lideranças dos guarani-kaiowá na região.

Nesta segunda-feira (29), a comunidade recebeu representantes de dezenas de entidades e movimentos sociais, que foram até o local de conflito para declarar apoio à luta pela retomada da terra. O Campo Grande News acompanhou a visita (veja os vídeos acima).

Os visitantes foram recebidos com rezas tradicionais e ouviram relatos de lideranças sobre o risco de confronto com produtores rurais. O grupo deixou claro que não pensa em aceitar acordo com os produtores, como está previsto para reunião marcada para a tarde de hoje no MPF (Ministério Público Federal) em Dourados.

A antropóloga Valdelice Veron, outra importante voz dos guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul, disse aos representantes de movimentos sociais que dois indígenas do acampamento foram feridos a tiros e outros se machucaram ao fugir de ameaças dos produtores. 

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