PABLO MARÇAL: Sem tempo na TV e apoio de grupos, ele usa o deboche em suas falas - quebrando inclusive a polarização Lula - Bolsonaro. A adesão do eleitor à sua ousadia assusta e reflete nas pesquisas. Modo irreverente de exibir o inconformismo contra a velha política corrupta. Fenômeno que pode se repetir em 2026. Antipolítica ou nova política? Eis a questão.
DETALHES-1: Para o leitor tirar dúvidas ainda existentes é bom esclarecer: cada sigla, coligação ou federação partidária só pode ter um candidato a prefeito e vice. No caso de vereadores, não são permitidas coligações, e cada partido ou federação pode ter como candidatos até o número total de cadeiras a serem ocupadas.
DETALHES-2: O pessoal jovem nem sempre sabe: o quociente eleitoral é o resultado da divisão do total do número dos votos válidos para vereança pelo número de vagas (cadeiras) da Câmara Municipal. Mas às vezes, o candidato mais votado não consegue se eleger. Na capital, por exemplo, a previsão do quociente é de 15 mil eleitores.
DETALHES-3: O chamado e pouco conhecido quociente partidário é calculado quando se divide o número total dos votos válidos recebidos por um partido ou federação pelo quociente eleitoral. É o quociente partidário que irá estipular o total de vagas que cada legenda terá direito na próxima Câmara de Vereadores.
MEMÓRIA: Paulo Coelho Machado: advogado, escritor, vereador, Secretário de Estado, integrou a Academia de Letras, foi presidente do Rotary Club, Cruz Vermelha, Sindicato Rural de Campo Grande, Rádio Clube, Liga pro Divisão do Mato Grosso, Instituto Histórico e Geográfico de MS. Cidadão que por 40 anos escreveu sobre nossa gente. Faleceu em 26/julho/1999 e virou nome de rua (antiga Furnas) na capital.
FINA IRONIA: “Vendo as propagandas eleitorais; onde estavam os candidatos há anos que nunca se pronunciaram sobre nada? Rs rs... e tô ansioso por ver que os municípios brasileiros serão transformados em cidades canadenses e suecas...”. (no Facebook - grupo ‘Amigos do Joel Silva’).
‘SIMPATIA’: Um amigo confessa que não sabe em quem escolher para a vereança. Se o critério fosse o tal ‘Sorriso Colgate’ - haveria empate técnico entre eles. Podes crer! Aliás percebe-se - embora sejam diferentes, os tais sorrisos, a exemplo dos ‘calientes’ abraços, apresentam uma característica em comum; o antônimo da sinceridade.
‘MORDIDA$’: Candidatos a vereança, mesmo em plena campanha, continuam com a peregrinação pelos gabinetes parlamentares em busca de grana. Sobre isso um deputado disparou: “Agora eles pedem ajuda para obter a eleição. Mas eleitos, em 2026 pedirão mais dinheiro para ‘retribuir’ essa ajuda. Isso que se pode chamar de ‘companheiros’."
FATOR DNA: Imoral o projeto da deputada Dani Cunha para diminuir o tempo de inelegibilidade dos atingidos pela Lei da Ficha Limpa. Quer incluir apenas aqueles políticos condenados “por comportamentos graves aptos a implicar a cassação de registros de diplomas ou de mandatos”. Um dos beneficiados é o ex-deputado Eduardo Cunha, coincidentemente seu pai.
‘FIGURA’: Ex-ministro do Governo Itamar, Delcídio do Amaral é conhecido pela imagem que arranca suspiros da mulherada nas filas das lotecas e aeroportos. Fã do uísque Rex, de charutos cubanos e de Rock and Roll. Contam; na campanha de 2014 Zeca do PT queria ele na caminhada em Caarapó, mas descobriu que Delcídio fora curtir Barcelona e Real Madrid no Camp Nou. Sem chances.
ANTENADO: Contrariando a vontade dos cardeais do PL, o deputado João Henrique Catan revela; não pretende tentar a Câmara Federal em 2026. Entre os interesses de seu partido em aumentar a representação na Câmara, ele optou pelo seu projeto onde tem duas bases sólidas: capital e Paranaíba. “Vão ter que me aguentar aqui! ”, ironiza.
ALERTA: “A vida é a melhor escolha – Morrem mais por suicídio do que homicídios, guerras, HIV, malária ou câncer de mama”. Forte a fala do deputado Gerson Claro (PSDB) sobre a prevenção ao suicídio. Em 2024 no MS 108 pessoas já se suicidaram: 3 adolescentes, 36 jovens, 50 adultos, 16 idosos e 3 pessoas com faixa etária ignorada. Na Assembleia a campanha ‘Setembro Amarelo’ de prevenção ao suicídio está em curso.
ASSEMBLEIA: Gostei do projeto aprovado do deputado Robereto Hashioka (União Brasil) que obriga as empresas prestadoras de telecomunicação a removerem todo cabeamento inativado após o cancelamento do serviço, desobstruindo os conduites do imóvel. Hoje as empresas (folgadas) só recolhem o modem ou codificador, deixando para trás aquela parafernália imprestável.
ADEUS PANTANAL: Para os deputados Paulo Duarte e Pedro Caravina, é preciso ignorar divergências e provocar um projeto nacional para salvar o Pantanal, visto por cientistas como futuro deserto. Entendem essas ações paliativas insuficientes para resolver a questão climática nos próximos 50 anos. Verdade nua e crua!
INCOERÊNCIA: Não tem faltado no congresso nacional discursos em defesa do meio ambiente. Até o presidente Lula anuncia a criação de uma autoridade climática e o estatuto da emergência climática. Na outra ponta, o Governo mantém em curso o projeto de exploração de petróleo em plena Amazônia e aquele plano de construção da BR-319. É mole?
UMA GUERRA: Por onde se anda há vestígios eleitorais. É o adesivo no carro, o papo de boteco, a propaganda surpresa na TV e no rádio, além ‘daquele’ abraço de candidato. Mas ao contrário dos espaços da classe A, é nas camadas sociais inferiores onde os atos eleitorais são mais notados. Pessoal sem freios, mais espontâneo nas manifestações.
DECISIVA: Nesta última quinzena é que começará a definir as eleições na maioria das cidades. Tal qual na Fórmula 1, imprevistos ocorrem ou não: acidentes ou falta de ‘combustível’ para completar a prova. Na capital por exemplo, as pesquisas de um modo geral colocam 3 postulantes a prefeito em níveis próximos para o 2º turno.
ANÁLISE: Beto Pereira (PSDB) ganhou estimulante com a entrada de Bolsonaro na campanha e influência de vários aliados. Adriane Lopes (PP) trouxe o senador Ciro Nogueira para motivar seus eleitores. Rose Modesto (União Brasil) mantém seu ritmo de visitas para compensar o horário eleitoral diminuto. Camila Jara (PT) continua com seu discurso e projeto para disputar as ruas.
INTERROGAÇÕES: O antagonismo nacional fará a diferença, influenciará até que ponto no Mato Grosso do Sul? Poderia esse pleito ser uma espécie de terceiro turno das últimas eleições presidenciais, ou prevalecerão as qualidades dos candidatos, suas propostas e suas estruturas partidárias para chegar ao final com ‘gasolina no tanque’?
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