A Justiça marcou para novembro o julgamento de Stéphanie de Jesus e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia de Jesus Ocampo. Eles são acusados de torturarem e matarem a menina aos 2 anos, em janeiro de 2023, em Campo Grande.
A determinação é do Juiz de Direito, Aluizio Pereira dos Santos, que marcou o júri popular para os dias 6 e 7, sendo o dia 8 reservado para eventualidades. “Fica agendado para às 08h dos dias 06 e 07, deixando reservado também o dia 08 de novembro/24 em caso de eventualidades para realizar o respectivo julgamento”, determinou em despacho da última quinta-feira (12).
Ainda no último dia 10, o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques determinou que o processo retornasse para a comarca de origem, para que o júri fosse marcado.
Em julho deste ano, a mãe de Sophia pediu para ir a julgamento separadamente do padrasto da menina. “Ademais, ao menos em relação a pronunciada, a demora está causando prejuízos, vez que, o recurso foi distribuído em 2ª Instância em 04/04/2024, sendo que a última análise da revisão da sua prisão ocorreu em 06.04.2024 – fls. 2784/2787. Resta visível, portanto, que a separação do feito é medida que se impera no caso em testilha”, alegou a defesa na época.
Christian responde por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e por estupro de vulnerável. Já a mãe, Stéphanie, é ré por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e por omissão.
O casal negou a autoria dos crimes durante audiência, em dezembro passado, e culpou um ao outro pela morte da criança.
Sophia morreu em janeiro de 2023, após passar por várias internações. Assim, as investigações mostraram que a mãe levou a menina até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.
Além disso, a polícia identificou indícios de estupro na vítima. Ainda durante as investigações, uma testemunha contou que após receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.
Também uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe dizer que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.
Essa versão é contestada pelo médico legista, que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha.
Por fim, a autópsia apontou que Sophia pode ter agonizando por até seis horas antes de morrer. Após o início das investigações, a polícia prendeu o padrasto e a mãe da menina. Eles seguem presos.