O marido de Mariana Agostinho Defensor, de 32 anos, confessou que a assassinou com 58 facadas ela após se negar a ir em uma festa na noite do último domingo (22). O crime aconteceu em Ivinhema, cidade distante 289 quilômetros de Campo Grande, e o homem foi preso na terça-feira (24) quando relatou os fatos e a polícia encontrou o corpo da vítima.
Segundo o delegado Gustavo Oliveira dos Santos, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil da cidade, o homem confessou que o crime ocorreu após uma discussão. Isso, porque a vítima teria dito a ele que não iria em uma festa.
Ainda ao detalhar os fatos na delegacia, o homem contou que Mariana não foi à festa e demorou para chegar em casa. Por causa disso, o casal começou a discutir. Então, ele pegou os dois filhos, sendo uma menina de 3 anos e um menino de 1 ano, colocou no carro com Mariana e começou a dirigir pela cidade discutindo com a vítima.
Durante a briga, o homem foi até uma região de mata próximo à saída para Deodápolis. Neste momento, a discussão se acalorou e ele desferiu golpes de canivete contra Mariana. Também conforme o delegado, os filhos do casal presenciaram o crime.
No depoimento, o marido ainda contou durante que, após esfaquear Mariana, pegou ela no colo e andou por cerca de 8 metros até um canavial para deixá-la.
Logo, as crianças questionaram sobre onde estaria Mariana e ele disse: “A mãe vai ficar dormindo”. Em seguida, ele levou os filhos para a casa da avó materna e saiu sem rumo pela cidade.
Após deixar os filhos no imóvel, o homem foi para uma área rural e começou a pedir uma corda em vários sítios, alegando que seu carro estaria atolado nas proximidades. Então, ele conseguiu uma corda, amarrou de um lado do veículo e depois a envolveu em seu pescoço, para tentar tirar a própria vida.
Entretanto, momentos antes ele ligou para uma pessoa para avisar que iria cometer o ato. Com isso, a testemunha acionou a polícia, que encontrou o homem no local. Socorristas levaram o suspeito ao hospital e ele foi entubado.
Também segundo o delegado responsável pelas investigações, no hospital o próprio suspeito retirou os tubos colocados pelos médicos. Por isso, a equipe o transferiu para a enfermaria e, com receio de fuga, acionou a Polícia Civil.
Após localizar o corpo de Mariana, as equipes policiais realizaram os exames periciais. Assim, constataram que o corpo da vítima tinha 58 perfurações, sendo que 17 atingiram seu rosto, que ficou desconfigurado.
Com a confissão e as provas, o marido de Mariana foi preso. O delegado deve indiciar o autor por feminicídio por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O delegado ainda relatou que não havia boletins de ocorrência contra o marido de Mariana. “Ele não tinha passagens pela polícia e não há histórico de violência um com o outro”.
Por fim, o delegado também lamentou a gravidade do caso, mas ressaltou que em poucas horas a polícia investigou e concluiu. “O caso foi encerrado em 24 horas, não era da forma que gostaríamos, pois nós trabalhávamos com a hipótese de Mariana estar com vida”, lamentou.
A Polícia Civil de Ivinhema começou a investigar o desaparecimento de Mariana Agostinho Defensor desde domingo (22). Assim, as equipes encontraram ele desacordado, com o carro dela em uma região de mata em Ivinhema.
Como ele tentou tirar a própria vida, precisou ser levado para o Hospital da Vida, em Dourados, onde ficou internado e recebeu alta logo depois. Testemunhas foram ouvidas pelas autoridades policiais e o carro da família passou por perícia.
Ainda pela manhã de terça-feira (24), não havia informações sobre o desaparecimento de Mariana. Contudo, o marido recebeu alta do hospital e foi levado para delegacia, onde prestou depoimento e confessou o crime de feminicídio.