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Viagem de Janja ao Catar custou mais de R$ 280 mil

Primeira-dama mobilizou 12 assessores e policiais para acompanhá-la

25/09/2024 19h01
Por: Redação
Fonte: Revista Oeste
No começo de setembro, Janja recebeu um convite da xeica Mozha bin Nasser al-Missned para participar de um evento sobre educação, realizado em Doha | Foto: Claudio Kbene/PR
No começo de setembro, Janja recebeu um convite da xeica Mozha bin Nasser al-Missned para participar de um evento sobre educação, realizado em Doha | Foto: Claudio Kbene/PR

A viagem da primeira-dama, Janja, ao Catar, resultou em um custo de aproximadamente R$ 283,3 mil aos cofres públicos.

No começo de setembro, Janja recebeu um convite da xeica Mozha bin Nasser al-Missned para participar de um evento sobre educação, realizado em Doha. Ela foi acompanhada por quatro assessores e oito policiais federais encarregados de sua segurança.

As passagens dos policiais, compradas em cima da hora, chegaram a custar até R$ 31,4 mil cada. Segundo um documento da Polícia Federal (PF), obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o deslocamento dos oito agentes de segurança teve um custo total de R$ 230,5 mil, considerando passagens e diárias.

A equipe foi composta de uma delegada, um escrivão e seis agentes, cujas diárias variaram entre R$ 4,2 mil e R$ 6,3 mil, de acordo com o tempo de permanência no exterior. No geral, as passagens custaram entre R$ 15,1 mil e R$ 31,4 mil, resultando em uma despesa de R$ 186,2 mil.

Janja discursou sobre o impacto das guerras na educação | Foto: Reprodução/Agência Brasil                                                                                                                                                                                          Janja discursou sobre o impacto das guerras na educação | Foto: Reprodução/Agência Brasi


Outro ponto destacado pelo relatório interno da PF foi a compra das passagens com pouca antecedência, o que descumpriu o prazo mínimo estabelecido por uma portaria do Ministério da Justiça de 2018.

A justificativa dada foi que o convite oficial chegou em 6 de setembro, no mesmo dia da viagem. Contudo, a PF enviou um agente a Doha em 3 de setembro para preparar o terreno, e ele assinou um termo de responsabilidade em 30 de agosto.

De acordo com o Painel de Viagens do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Janja estava acompanhada por quatro assessores. Eles eram: um fotógrafo, um ajudante de ordens, uma assessora do gabinete pessoal da Presidência e uma assessora de imprensa. O custo total dessa equipe, entre passagens e diárias, foi de R$ 52 mil.

Durante o evento “Educação Acima de Tudo”, promovido pela ONU e pela entidade de Mozha bin Nasser, Janja discursou. Ela falou sobre o impacto das guerras na educação. Também participou de reuniões bilaterais com autoridades locais e visitou uma escola para crianças refugiadas.

Encontro no Catar

Janja postou um vídeo nas redes sociais, no qual ela aparece emocionada ao afirmar que é preciso “repensar a humanidade” e o mundo que será deixado para as crianças, resultado desse encontro. Também falou sobre as queimadas no Brasil e sobre a situação da Palestina.

Janja elogiou o “trabalho de acolhimento” da xeica Moza bint Nasser, de 65 anos, uma das três mulheres do sheik Hamad bin Khalifa Al-Thani, de 72 anos. Não mencionou, no entanto, que o Catar tem leis rígidas e muito restritivas para mulheres.

A situação das mulheres no Catar omitida por Janja

O Catar é um emirado árabe absolutista e hereditário, comandado pela Casa de Thani, desde meados do século 19.

No país, as mulheres não podem dirigir. Elas também não podem trabalhar em órgãos públicos ou viajar, no caso de menores de 25 anos, sem a aprovação de um tutor homem, que pode ser o pai, marido ou avô.

Também há um código de vestimenta rigoroso para as mulheres. De acordo com o Relatório da Anistia Internacional, as mulheres são discriminadas e não são protegidas pela lei em casos de violência doméstica.

Janja demonstrou emoção ao ver o que aconteceu em um centro de acolhimento de refugiados no Catar. No vídeo, ela não mencionou as dificuldades enfrentadas por mulheres no país governado pelo marido da sheika Moza.

 

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