O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considera que as abstenções no segundo turno no País chegaram a patamares tão elevados que merecem ser analisados pela Corte, representando 29,5% dos eleitores. Em Campo Grande, no primeiro turno, os faltosos somaram 25,50% e no segundo turno foram 28,60%, representando 28,60% do eleitorado. Os números superam até as ausências de 2020, ano auge da pandemia da covid-19.
A soma de ausências, brancos e nulos representa 34,8% do eleitorado, sendo 184.812 faltas - (28,60%), com 16.871 (3,66%) anulando o voto e 11.704 (2,54%) não marcando nada na urna, deixando a opção de nome em branco.
Em entrevista coletiva ontem (27), após a conclusão da votação, a ministra Carmen Lúcia, presidente do TSE, considerou que é preciso analisar os dados nacionais para entender o fenômeno da abstenção elevada. Ela considerou que em determinados locais poderia ser atribuído a questões climáticas, caso de Porto Velho (RO).
Houve cidades com 16% de faltosos, enquanto outras com 30%.
“Em geral, nós fazemos essa apresentação por números pela média nacional, mas a causa não haverá de ser igual em um local que teve chuva demais e em um local que teve estiagem. Para que eu apresente isso para o Brasil em um relatório final das eleições, de uma forma esmiuçada, pormenorizada, é preciso que a gente tenha esses dados de uma forma mais específica”, disse a ministra. A análise dos números deve ser apresentada antes da diplomação dos eleitos, explicou, segundo o jornal Valor Econômico.
Em grandes colégios eleitorais, a situação foi de percentuais elevados e superando a série histórica, iniciada em 1996. Em Porto Alegre, que teve um ano difícil, assolada por enchente, 34,83% não foram às urnas; em Belo Horizonte foram 31,95%, bem próximo do registrado em São Paulo - 31,95%.
O segundo turno foi realizado ontem em 51 cidades. Somente três contaram com a presença da Força Nacional: Palmas (TO) e Caucaia e Fortaleza, no Ceará. A ministra considerou que as poucas ocorrências no dia deram “o atestado que a democracia brasileira está funcionando com instituições sólidas e seguras”.
Ela reconheceu o desafio de lidar com as fake news e desinformação, que seguem firme durante o período eleitoral. A presidente ponderou que as motivações específicas mudam e, consequentemente, serão necessárias resoluções próprias para lidar com a situação.
Números finais – A prefeita Adriane Lopes (PP) foi reeleita com 222.699 votos, representando 51,45% dos votos válidos. Rose Modesto (União) teve 210.112 votos, 48,55% dos votos válidos. A soma de faltas, brancos e nulos superou os votos de Rose, com 213.387.