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Haddad diz que há 'uma forçação boba' para corte de gastos

Mercado financeiro pressiona governo a reduzir despesas ante o aumento da inflação e a disparada do dólar

31/10/2024 10h51
Por: Redação
Fonte: Revista Oeste
O ministro da Fazenda, respondeu a jornalistas sobre corte de gastos | Foto: Washington Costa/MF
O ministro da Fazenda, respondeu a jornalistas sobre corte de gastos | Foto: Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 30, que há uma “forçação boba” em torno das propostas de corte de gastos, ao ser questionado por jornalistas sobre a agenda. “Está uma forçação boba. Não é assim que funciona”, disse.

O ministro afirmou ainda que “não teve nada” na reunião de quarta da Junta de Execução Orçamentária (JEO). Mais cedo, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a agenda de gastos poderia ser discutida no encontro.

A equipe econômica vem sendo pressionada pelo mercado financeiro a dar novas sinalizações em torno das propostas de corte de despesas.

Na terça-feira 29, Haddad afirmou que não tinha um prazo para apresentar as propostas, isso fez com que o dólar chegasse ao maior patamar em três anos. Na quarta-feira 30, o dólar chegou a saltar a R$ 5,77, às 12h30, em meio à expectativa sobre quais propostas vão ser apresentadas para reduzir gastos.

De acordo com o Projeções Broadcast, a mediana do mercado revela que haverá corte de R$ 25 bilhões nas despesas do governo, no âmbito das medidas de ajuste fiscal atualmente em discussão pelo Ministério da Fazenda.

Haddad não especificou proposta de corte de gastos

Em outra declaração, ainda na quarta-feira, o ministro disse que há “convergência” dentro do governo quanto à necessidade do cumprimento das regras fiscais e que está alinhado com a Casa Civil para enviar um projeto ao Congresso. Ele informou apenas que a ideia é enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), mas o texto ainda não foi redigido.

Dólar subiu R$ 1 desde a aprovação do arcabouço fiscal

Na última terça-feira, 29, o dólar fechou cotado a R$ 5,76 — o valor é o maior em três anos e está exatamente R$ 1 acima dos R$ 4,76 do dia da aprovação do arcabouço fiscal pelo Senado, em 21 de junho de 2023.

Na ocasião, a Casa liderada por Rodrigo Pacheco (PSD) fez ajustes no projeto e o devolveu à Câmara dos Deputados, que aprovou o texto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a norma no fim de agosto de 2023, quando o dólar rondava os R$ 4,90.

Desde então, o governo Lula parece não se esforçar para cumprir as metas fiscais deste ano. Inclusive, chegou a alterá-las a partir de 2025.

O arcabouço fiscal criou regras de crescimento de despesa, mas a ideia é que os superávits pudessem, de certa forma, promover um adiantamento da estabilização da dívida pública. No entanto, fatores internos e externos têm contribuído para a valorização do dólar no Brasil.

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