Há dois dias do primeiro dia de aplicações do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) adotou novas medidas de segurança para evitar vazamentos durante a aplicação do certame. As mudanças surgem após um incidente em 5 de novembro de 2023, quando o tema da redação foi indevidamente divulgado antes do horário oficial.

Para a revista Isto É, o Inep destacou a inclusão da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas apurações de segurança e na revisão dos protocolos. A capacitação da equipe de coordenação também recebeu foco especial em temas de segurança, com entrega antecipada da base de dados dos colaboradores à PF (Polícia Federal) para prevenir fraudes.

À época dos fatos que originaram o reforço na segurança, uma foto foi tirada às 13h50, enquanto todos os participantes já estavam em sala realizando a prova. O Inep informou que o vazamento não comprometeu a isonomia do exame, mas acionou a PF para investigar o caso e identificar a responsável. A legislação prevê que a divulgação indevida de conteúdos do exame pode resultar em penas de reclusão de um a quatro anos e multa.

Em resposta ao ocorrido, a banca estabeleceu um diálogo contínuo com a Polícia Federal e a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) para desenvolver estratégias que evitem a circulação de informações do exame fora do tempo estipulado. Também foram implementadas mudanças nos procedimentos da RNC (Rede Nacional de Certificadores), que tem o papel de certificar a aplicação dos exames e reportar ocorrências.

Outras ações incluem um maior controle do uso de aparelhos eletrônicos durante a aplicação, alterações nos critérios de seleção de pessoal responsável pela prova e a contratação de uma empresa especializada em gestão de riscos.