O observador internacional Gustavo Silva, de 38 anos, é um dos responsáveis por coletar, reunir e analisar quase 25 mil atas da eleição da Venezuela. Apesar de ter ajudado a oposição no processo de organização dos documentos, Silva não é filiado a nenhum partido político.
Ele desembarcou ontem em Brasília para mostrar os papéis a membros do Itamaraty e a parlamentares. Silva deixou seu país há um ano. Atualmente, vive nos Estados Unidos.
À coluna, ele contou que estará no Congresso Nacional, nesta terça-feira, 26. No Parlamento, dará uma entrevista coletiva para esclarecer dúvidas e falar com deputados e senadores. “Entregaremos o relatório técnico que apresentamos, em 15 de outubro, na OEA, mas traduzido para o português”, disse.
De acordo com as atas, que foram avalizadas pelo Centro Carter, o diplomata Edmundo González venceu o ditador Nicolás Maduro, com mais de 67% dos votos. O chavista conseguiu apenas 31%.
Em uma sessão do Conselho Permanente da OEA, convocada por quase uma dezena de países para discutir a situação da Venezuela, o Centro Carter reiterou que o processo eleitoral venezuelano careceu de transparência e afirmou que a recusa do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em divulgar as atas infringe os padrões internacionais.
“O sistema eletrônico de votação funcionou”, disse Jennie Lincoln, especialista do Centro que liderou a missão de observação composta de 17 pessoas. “O governo da Venezuela, os partidos políticos de oposição e todos os testemunhas e observadores nos 30.026 locais de votação conhecem os verdadeiros resultados das eleições de 28 de julho.”