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Jeitinho brasileiro na política e no dia a dia

Redação
Por: Redação Fonte: jornaldoestadoms
29/11/2024 às 07h53
Jeitinho brasileiro na política e no dia a dia
Foto: Reprodução

JEITINHO: Existe em todos os níveis da gestão pública. A Câmara de Campo Grande não é exceção. Alterada a lei, o vereador terá mais opções de se licenciar para ocupar cargos na prefeitura. Antes, só podia sair para ocupar uma secretaria, agora terá mais opções de novos cargos. Abriu-se a porta para suplentes assumirem, acomodando interesses políticos. É o efeito dominó.

DEFINIÇÃO: “O jeitinho é sempre uma forma ‘especial’ de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa para alguma emergência, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade...” (Lívia Barbosa, em “O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros”).

SANTO REMÉDIO: Conclui-se que o uso do jeitinho é uma solução prática na administração pública, um recurso flexível com poder para resolver problemas respeitando regras e normas. No caso da Câmara Municipal da capital, essa engenhosa e criativa manobra não trouxe qualquer tipo de prejuízo a quem quer que seja.

OUTROS ASPECTOS: O estrangeiro critica a prática do ‘jeitinho’, incorporada ao nosso cotidiano para sanar problemas resultantes, às vezes, de leis complexas. Coisa nossa que só nós entendemos. No Brasil, nem sempre dois mais dois resulta em quatro na administração pública, uma máquina fabulosa de gerar estresse em todos nós.

OPINIÃO: “O jeitinho brasileiro se estende para além das fronteiras públicas. Está impregnado na engenharia social. Durante a trajetória social ocorrem muitos desvios de conduta, seja pelo simples furar de fila, seja pela assinatura da lista de chamada no lugar do amigo que faltou, seja pela mentira para se evitar um mal maior.” (Digécio R. de Souza).

‘O BEM AMADO’: Benevolente com os ricos. Essa definição de nossa justiça cai como uma luva no caso do ex-presidente Collor, condenado a 8 anos e 4 meses por corrupção. Mas o ‘Caçador de Marajás’ poderá continuar livre com sua soberba ariana enquanto o STF decide os novos embargos. Nada como ter ‘aquilo roxo’!

KRUG CANDIDATO: Bem avaliado, o prefeito João Carlos Krug (Chapadão do Sul) será candidato a deputado estadual em 2026. Em 2006, ele disputou e quase chegou a 11 mil votos. Agora, com o colégio eleitoral atual de 22 mil votos e adotando um discurso regional, Krug tem chances. Ele é engenheiro agrônomo e vem de família tradicional de agricultores.

PATRULHAMENTO: A bola da vez é o cantor Roberto Carlos. Nas redes sociais, é acusado pela esquerda de ter sido simpático ao Regime Militar. Ele aparece na trilha do filme “Ainda estou aqui”, o que deve ter despertado a imaginação desse pessoal que tem pouco a fazer. Ora! O Rei ficou na zona cinzenta, cantando e sem se expor. Direito seu!

FAZ PARTE: O deputado Zeca do PT insiste que o Legislativo é o local para o debate de ideias. Sem os debates, o clima fica morno, cheira mal. Portanto, os excessos no debate entre os deputados Kemp (PT) e coronel Davi (PL) a respeito do bloqueio de rodovias por indígenas são creditados apenas ao emocional dos debatedores.

FELIZ DA VIDA: Vitorioso nestas eleições de Dourados, o deputado Zé Teixeira não esconde seu otimismo quanto às possibilidades de sucesso da gestão de Marçal Filho. Ele lembra que todos os fatores convergem para o êxito: o apoio da população, da Câmara Municipal, do Governo Estadual, da Assembleia Legislativa e de parlamentares federais.

BOM NEGÓCIO: Não se sabe quanto ele gastou para obter 1.663 votos, mas, no frigir dos ovos, o ex-candidato a governador Adonis Marcos saiu recompensado com a ‘boca’ no governo ganhando R$ 12 mil mensais. Ele deixou o radical PSOL para se filiar ao light Cidadania. Todo homem tem seu preço. Alguns até parcelam no cartão.

TUDO EM PAZ!: Falou mais alto o bom senso aliado à maturidade. Repercutindo positivamente o consenso registrado no Tribunal de Contas ao definir o conselheiro Flavio Kayatt como candidato a presidente, o conselheiro Jerson Domingos como vice-presidente e o conselheiro Marcio Monteiro na Corregedoria para o biênio 2025/2027.

NO TETO: Para observadores na Assembleia, o PT bateu no teto por vários fatores: a concentração de poderes nas mãos dos mesmos dirigentes e a teimosia do velho discurso numa sociedade conservadora. Já se pergunta: quem teria musculatura política para suceder a Zeca do PT? Afinal, ninguém é de ferro e ele não é mais criança.

RADIOGRAFIA: Aqui, os políticos do centro moderado e da direita vão se juntar por força dos acordos nacionais. Para a senadora Tereza Cristina, é conveniente caminhar com o grupo do ex-governador Reinaldo, tido como futuro ‘senador de todos’, cabendo a segunda vaga para Nelsinho Trad – hoje afinado com Reinaldo e a senadora.

RIEDEL & FUTURO: Tem gente delirando ao apostar na candidatura do governador ao Senado e assim abrir espaço para Reinaldo voltar ao Governo. Riedel tem autocrítica e sabe o roteiro da vida pública a seguir. Como diz o caipira: nada de inventar moda. Todos os candidatos que se aproveitarem do vácuo de Riedel serão beneficiados.

NO VÁCUO: Candidatos fortes ao Governo beneficiam candidatos na proporcional. Foi assim com Pedro Pedrossian e Wilson Barbosa Martins. Alguns candidatos – tidos como fracos – acabaram eleitos ao associarem a sua imagem ao candidato majoritário. Mas eleitos, viraram ‘bolhas de sabão’ e desapareceram em pouco tempo.

LUZ PRÓPRIA?: Qual o papel da prefeita Adriane Lopes no cenário e especialmente nas eleições de 2026? Já se questiona qual seria a base do grupo político de Adriane. Até quando ela continuará apensada e dependente da senadora Tereza Cristina e do governador Riedel para viabilizar seus projetos e conseguir recursos?

REFLEXÃO: O União Brasil já tem seu pré-candidato ao Planalto, e isso pesa no futuro do partido em nosso Estado. Há sim um aceno para Rose Modesto integrar o Governo, mas esse não seria o momento de decidir. No evento com os companheiros nesta quinta-feira, RoseMurilo Zauith, os deputados Hashioka e Rinaldo falaram no mesmo tom sobre as eleições passadas e o futuro da agremiação.


‘BRECHÓ’: Pasmem! No Facebook, ‘pastores’ vendem as botas de Judas, a taça da ‘última ceia’, o cajado de Abraão, a maçã mordida por Adão e Eva, tábuas da ‘Arca de Noé’; galão de água do Dilúvio; botijão de gás eterno (nunca acaba); terreno no céu e aparelho ‘Wi-Fi Celestial’ (nunca cai). O Deus destas igrejas olha mais para o pastor do que para as ovelhas. Como diria Galvão Bueno: “Pode isso, Arnaldo?”


PÍLULAS DIGITAIS:

  • Deus, me dê a chance de te mostrar que o dinheiro não vai me modificar.
  • Como serão as relações entre a prefeita Adriane e o ex-prefeito Marcos Trad?
  • Não é que o crime não compensa. É que, quando compensa, muda de nome. (Millôr)
  • Justa causa: mandado embora porque cantava no trabalho. Desde então ninguém aguenta o silêncio. (José Resende Junior)
  • A questão agora é se o punhal mata o golpismo ou se corta a próxima pizza. (Gabriel Priolli)
  • Ter o Carrefour como grande derrotado é revelador das nossas ambições. (Mario Sabino)
  • Jeitinho brasileiro é a arte de ziguezaguear entre o certo e o errado. (Sir Hob)
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