Nos dois dias em que se reuniu com Lula, o ministro Fernando Haddad (Fazenda), recebeu demandas que deveriam ser do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Lula escanteou o assessor e quer que Haddad comande as negociações da pauta econômica do governo com o Congresso. Deverá ficar com a Fazenda a missão de azeitar a votação do Orçamento 2025 e, principalmente, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil, promessa de campanha do petista.
A proposta de isenção do IR não deve ser tratada no Congresso, nem mesmo informalmente, até a troca do comando da Câmara e Senado.
A equipe da Fazenda tentou convencer Lula da necessidade de cortar gastos para segurar o Dólar e a elevação da Selic, mas o petista resiste.
Lula avisou a Haddad que não vai muito além do que o governo já avançou, como alteração que reduziu o reajuste do salário mínimo.
Padilha é outro que está sob risco de demissão, como o colega demitido da Secom Paulo Pimenta. Articulação é outro ponto sensível do governo.
Nas conversas que precederam a confirmação de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência, Lula se queixou ao marqueteiro que o governo já está na metade e ainda não conseguiu imprimir uma marca, como o Bolsa Família, criado em 2003 na primeira gestão do petista. Lula quer apostar na ideia da economia verde e usar a COP-30 para tentar alavancar a popularidade do governo. O evento será em novembro deste ano, mas foi esquecido pelo noticiário nacional.
Lula quer turbinar a comunicação do governo este ano para que em 2026 tenha “a marca” consolidada para explorar na eleição.
No rosário de lamentações de Lula, até Rui Costa (Casa Civil) foi citado. O presidente reclama que ninguém nem mesmo fala sobre o PAC.
O evento de posse de Sidônio deve ficar para a próxima semana. Tudo para que a cerimônia para lembrar o 8 de janeiro não seja ofuscada.
Muita gente já esvaziou a gaveta na Secom após confirmação da troca de comando. Quem ainda “está ficando” é a secretária de Estratégia e Redes, Brunna Rosa, colada da primeira-dama Janja.
Viralizou postagem surfando na onda do filme “Ainda estou aqui”, que deu a Fernanda Torres o Globo de Ouro. A imagem traz foto de Jair Bolsonaro com o título do filme e a promessa: lançamento 2026.
O dia começou sem confirmação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) no ato de politicagem do 8 de janeiro armado por Lula. Hugo Motta (Rep-PB), provável sucessor de Lira, também não dever aparecer.
Pai e filho, os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE) e Lula da Fonte (PP-PE) disseram à coluna que não foram à Venezuela em um tour familiar, como publicado. Explicaram: o rolê foi cancelado pelo presidente Lula.
A demissão de Paulo Pimenta da Secom estava programada desde dezembro, conforme a coluna tem registrado. Pimenta só escapou em razão da cirurgia de emergência de Lula, dia 9 do mês passado.
Brasília foi eleita a melhor cidade do mundo para os chamados “nômades digitais”, profissionais que trabalham remotamente e vivem em diferentes locais. O levantamento é da plataforma norte-americana InsureMyTrip.
Jair Bolsonaro causou no voo Brasília – Rio de Janeiro, segunda-feira (6). Reconhecido, atendeu pacientemente todos os apoiadores que se enfileiraram para registrar uma selfie ao lado do político.
O Brasil registrou novo recorde na exportação de carne bovina em 2024, 2,89 milhões de toneladas. Subiu cerca de 26% em comparação com 2023. O comércio da proteína movimentou cerca de US$12,8 bilhões.
... Pimenta no ministério dos outros é refresco.
Certa noite, a 10 mil pés de altitude, a bordo de um velho e ronceiro “Constellation” da Panair, entre Roma e o Recife, Assis Chateaubriand, numa cadeira ao lado, confidenciou ao jornalista Murilo Mello Filho:
- Com essas frequentes viagens e os seus diferentes fusos horários, já perdi até a noção de dormir. De noite, em casa, fico de olho aberto. De dia, em público, estou dormindo muito. E o pior é que ronco bastante.
*Por Cláudio Humberto