Agora se sabe o quanto se expandiu a dívida pública federal. É o que o governo toma emprestado para poder tapar o rombo. Não tapa o rombo, porque o rombo fica, mas para poder gastar. E gastou mais. A dívida pública federal cresceu 12,2%. Está em 7 trilhões e 300 bilhões de reais.
Ao máximo que a gente pode imaginar é de R$1 milhão de reais, R$3 milhões de reais, preço de uma boa casa. 7 trilhões e 300 bilhões de reais. São papéis que o governo põe no mercado e que, para encontrar comprador, tem que oferecer juros, tem que oferecer a remuneração do dinheiro que o sujeito aplicou no banco, o banco comprou o papel do tesouro, etc.
E aí o juro sobe, por isso que a taxa Selic subiu. A taxa Selic é para controlar a expansão da moeda, ou seja, a inflação, a desvalorização da moeda e o crédito também. Só que todo mundo paga juros. Aí, na medida em que o governo faz o discurso populista, "crédito para todos", "crédito consignado", é que todo mundo vai pagar mais caro por esse crédito. E vai se endividar, obviamente, tal como o governo.
O governo talvez não se importe, porque é um endividamento para eles de uma abstração, que é o Estado brasileiro. Só que o Estado brasileiro somos nós. Nós é que o sustentamos por nossos impostos.
Por exemplo, segundo eu vi uma comentarista conhecida dizendo que os governos não podem dispensar 30 bilhões do ICMS que passou a valer de novo sobre os combustíveis. Só que são 30 bilhões que são pagos pelas pessoas que abastecem seus veículos. Eu fico do lado de quem abastece os veículos, claro, porque os governos não estão usando bem os nossos impostos.
O jogo das cadeiras no Congresso
Bom, só queria fazer uma observação. Já tem escolhas das comissões, do Senado, dos cargos. Esse acordo que Bolsonaro fez com os presidentes da Câmara e do Senado deu o segundo posto de vice-presidente para o PL nas duas casas. Na presidência ficaram partidos de centro, centro-direita, não centro-esquerda.
O PT ficou com a segunda vice-presidência do Senado, a primeira Secretaria da Câmara e Flávio Bolsonaro na comissão de infraestrutura do Senado. E agora está se falando em Eduardo Bolsonaro para presidir a Comissão de Relações Exteriores, que teria uma relação muito grande, muito próxima, com o Departamento de Estado americano. Com Marco Rubio, no caso, o homem que foi lá para o Panamá e já fez o presidente do Panamá dizer que não vai renovar o contrato com os chineses operando o canal do Panamá.
Isso é a política, é a velha política americana do porrete. Aqui, eu tenho um porrete na mão. Eu gostaria que você fizesse isso ou aquilo. E aí a gente vai criticar o Trump por defender os interesses dos Estados Unidos, dos americanos, dos contribuintes americanos. Por isso ele está cortando um dinheirão dos contribuintes americanos que vão para ONGs, inclusive brasileiras.
Que arranjar dinheiro vire-se, mas não do contribuinte americano, diz Trump.
Brasil paga caro e recebe pouco
E uma outra questão que eu queria mencionar. Como o estado brasileiro é fraco quando toca uma obra! Eu vejo empreiteiras brasileiras construindo estradas maravilhosas na Flórida, por exemplo. Chove e não fica água em cima do asfalto, a água se esvai por uma porosidade do asfalto.
Eu dirijo em Portugal, pelas estradas portuguesas, pelas estradas italianas. E eu dirigi agora nos dois últimos dias na BR-060, Brasília-Goiânia / Goiânia-Brasília. Um amigo meu me disse que a estrada é maravilhosa, só que o padrão de qualidade, de exigência do brasileiro que não conhece os outros padrões é baixíssimo.
O que é péssimo a gente acha ruim e o que é ruim a gente já acha bom. É como a estrada na qual eu transitei ontem e anteontem e paguei R$25 reais na ida e volta de pedágio.
Estou lembrando isso só para sacudir a cabeça da gente, que a gente tem que ser exigente, porque o tamanho dos impostos que a gente paga é muito grande.