O Big Brother Brasil (BBB25), em sua 25ª edição, enfrenta um dilema notável. Apesar das novas abordagens e tentativas de inovar no reality show, os índices de audiência sugerem que a edição atual pode ser uma das menos assistidas da história do programa. Desde um começo tímido e sem grande impacto, a temporada dirigida por Rodrigo Dourado tem lutado para reconquistar o interesse do público.
De acordo com informações do Kantar Ibope, a audiência média na Grande São Paulo atingiu 16,3 pontos, registrando uma queda de 3,2 pontos em comparação ao recorde negativo anterior, alcançado pelo BBB23, que teve 19,5 pontos.
Outro fator que contribui para esse cenário complicado é o desempenho das atrações precedentes ao BBB25. A novela “Mania de Você”, exibida na faixa das nove, tem registrado a pior média de audiência da história do horário, afetando diretamente o viés de espectadores para o reality. Essa queda abrupta na audiência da novela poderia sugerir que o problema do BBB25 não está unicamente na estrutura ou nos participantes, mas também em questões mais amplas relacionadas aos hábitos de consumo televisivo.
A evolução dos hábitos de consumo de mídia é uma questão central nesta discussão. Enquanto a televisão aberta enfrenta desafios crescentes, as plataformas de streaming veem um incremento na popularidade dos realities. Programas como “Casamento às Cegas” e “Ilhados com a Sogra Brasil” têm conquistado um público significativo tanto nacional quanto internacionalmente, indicando que o formato ainda encontra um público ávido, porém, através de novos canais.
É possível que o padrão de sucesso dos realities esteja se deslocando para o ambiente online. Isso apresenta um desafio às emissoras tradicionais que precisam se adaptar rapidamente à paisagem digital. A ascensão dos realities em plataformas de streaming também sugere um espectador que busca flexibilidade e controle sobre o que assiste, ao invés de se prender às grades horárias da TV convencional.
O dilema enfrentado pelo BBB25 reflete uma transição maior na forma como o conteúdo é consumido. A alteração nos padrões de audiência pode ser atribuída a uma combinação de mudanças demográficas, avanços tecnológicos e, principalmente, a uma preferência crescente por conteúdos on-demand. Esse fenômeno obriga a indústria televisiva a repensar suas estratégias e adaptar seus programas para manter a relevância entre os consumidores modernos.