A nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quinta (13) que a reforma da aposentadoria dos militares e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil são algumas das prioridades da agenda econômica do governo para este ano.
Ela teve a primeira reunião de articulação com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, após ser nomeada ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo desta semana.
“Estávamos acertando essas pautas prioritárias para a gente acompanhar de forma especial com conversação muito de perto com os líderes e os presidentes da casa [Congresso]”, disse Gleisi a jornalistas após a reunião com Haddad.
De acordo com ela, os detalhes das pautas não foram discutidos, apenas como será a estratégia do governo para a tramitação dos projetos no Congresso. Gleisi também não deu um prazo para que essas propostas, em especial, sejam enviadas, mas afirma que estão na fase de ajustes.
Em específico sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a ministra afirmou que os técnicos do governo estão terminando a redação da parte sobre a compensação do imposto que deixará de ser recolhido, mas não explicou quanto o governo deve buscar em outras fontes de recursos.
Gleisi também afirmou que não há expectativa de um novo ajuste fiscal e que o necessário já foi feito no final do ano passado.
“Não tem essa pauta no Congresso. Nós fizemos já as medidas de ajuste fiscal no final do ano, que foram importantes, teve um esforço do Congresso pra fazer, entregamos um resultado fiscal relevante esse ano. Em 2023, tínhamos um déficit de quase R$ 200 bilhões, e o desse ano caiu em termos de R$ 30 bilhões”, explicou.
Ela considerou o ajuste como “relevante” junto de várias outras medidas pelo lado do aumento da receita que “tem dado equilíbrio”.
A ministra também minimizou o corte de R$ 7,7 bilhões do Bolsa Família no orçamento deste ano para reforçar os recursos do Auxílio Gás, e disse que os beneficiários não serão afetados. Ainda segundo Gleisi, este corte é momentâneo e será recomposto ao longo do ano.
Gleisi assumiu a articulação política do governo com o Congresso para acelerar a tramitação de projetos prioritários e melhorar o diálogo principalmente com os deputados, num papel que o ministro anterior, Alexandre Padilha, tinha problemas e era ignorado pelo ex-presidente Arthur Lira (PP-AL). Ela já se reuniu com o atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tratar da pauta econômica deste ano.
“É o início da relação. A ministra Gleisi está muito empenhada em ter uma relação próxima com a Câmara e com os líderes. Ela acabou de tomar posse, está montando equipe. Então não se tratou de temas específicos”, disse Motta a jornalistas nesta quarta (12) após um evento empresarial em Brasília.