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A importância de fiscalizar, mesmo quando ninguém parece estar olhando

Por Gustavo Gayer

Redação
Por: Redação Fonte: Gazeta do Povo
17/06/2025 às 08h46
A importância de fiscalizar, mesmo quando ninguém parece estar olhando
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Vivemos tempos em que a indignação popular parece ter se tornado uma constante. A cada semana, novos absurdos surgem no noticiário, escândalos são revelados e decisões políticas questionáveis tomam forma. Diante disso, a pergunta que ecoa nas redes sociais e nas rodas de conversa é inevitável: “E os parlamentares? Os deputados e senadores fazem o quê? Só criticam?”

É compreensível que essa sensação de inércia tome conta da população. Afinal, a maioria dos brasileiros tem acesso apenas ao que a grande mídia escolhe mostrar – e, muitas vezes, escolhe esconder. O trabalho legislativo sério, técnico e silencioso raramente ganha espaço nas manchetes ou nos telejornais. Mas isso não significa que ele não esteja sendo feito.

Em um ambiente onde a mídia hegemônica atua muitas vezes como escudo do governo, escondendo as iniciativas que não se alinham ao seu viés político, torna-se essencial que parlamentares usem suas próprias vozes para informar, esclarecer e conscientizar a população

No meu próprio gabinete, por exemplo, chegam semanalmente dezenas de solicitações, denúncias e questionamentos. Muitos desses casos se transformam em pedidos formais de investigação, requerimentos de informações e ações fiscalizatórias que são devidamente protocolados nos órgãos competentes e encaminhados aos ministérios responsáveis. E eu não estou sozinho. Há uma bancada inteira de parlamentares comprometidos com a fiscalização rigorosa do Estado, muitos dos quais trabalham com zelo, mesmo diante do descaso ou da perseguição institucional.

Sim, os resultados nem sempre são imediatos. Sim, o sistema burocrático brasileiro é lento, às vezes frustrante. Mas há vitórias, ainda que pontuais. Cada absurdo barrado, cada resposta arrancada a contragosto de um órgão público, é uma conquista em nome da transparência e do respeito ao cidadão.

No entanto, há uma dimensão igualmente importante nesse processo: a comunicação. Em um ambiente onde a mídia hegemônica atua muitas vezes como escudo do governo, escondendo as iniciativas que não se alinham ao seu viés político, torna-se essencial que parlamentares usem suas próprias vozes para informar, esclarecer e conscientizar a população.

A comunicação é, hoje, a nossa principal arma – e justamente por isso, tão ameaçada. Tentam calar aqueles que ousam denunciar, que questionam, que incomodam. Basta observar o tratamento dado a nomes como Daniel Silveira, Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis, Nikolas Ferreira – e, por que não, a mim mesmo. Todos, em maior ou menor grau, enfrentam tentativas sistemáticas de censura e silenciamento.

Mas há algo que os poderosos ainda não conseguiram – e talvez jamais consigam – calar: o povo. Porque sozinhos, somos minoria. Mas com o apoio e o engajamento de milhões de brasileiros, tornamo-nos uma multidão impossível de ignorar. Em tempos de manipulação narrativa, burocracia sufocante e ativismo judicial seletivo, seguir fiscalizando e, sobretudo, comunicando, é um ato de resistência. E mais do que nunca, é necessário.

Gustavo Gayer é deputado federal pelo PL-GO.

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