Vivemos tempos em que a indignação popular parece ter se tornado uma constante. A cada semana, novos absurdos surgem no noticiário, escândalos são revelados e decisões políticas questionáveis tomam forma. Diante disso, a pergunta que ecoa nas redes sociais e nas rodas de conversa é inevitável: “E os parlamentares? Os deputados e senadores fazem o quê? Só criticam?”
É compreensível que essa sensação de inércia tome conta da população. Afinal, a maioria dos brasileiros tem acesso apenas ao que a grande mídia escolhe mostrar – e, muitas vezes, escolhe esconder. O trabalho legislativo sério, técnico e silencioso raramente ganha espaço nas manchetes ou nos telejornais. Mas isso não significa que ele não esteja sendo feito.
Em um ambiente onde a mídia hegemônica atua muitas vezes como escudo do governo, escondendo as iniciativas que não se alinham ao seu viés político, torna-se essencial que parlamentares usem suas próprias vozes para informar, esclarecer e conscientizar a população
No meu próprio gabinete, por exemplo, chegam semanalmente dezenas de solicitações, denúncias e questionamentos. Muitos desses casos se transformam em pedidos formais de investigação, requerimentos de informações e ações fiscalizatórias que são devidamente protocolados nos órgãos competentes e encaminhados aos ministérios responsáveis. E eu não estou sozinho. Há uma bancada inteira de parlamentares comprometidos com a fiscalização rigorosa do Estado, muitos dos quais trabalham com zelo, mesmo diante do descaso ou da perseguição institucional.
Sim, os resultados nem sempre são imediatos. Sim, o sistema burocrático brasileiro é lento, às vezes frustrante. Mas há vitórias, ainda que pontuais. Cada absurdo barrado, cada resposta arrancada a contragosto de um órgão público, é uma conquista em nome da transparência e do respeito ao cidadão.
No entanto, há uma dimensão igualmente importante nesse processo: a comunicação. Em um ambiente onde a mídia hegemônica atua muitas vezes como escudo do governo, escondendo as iniciativas que não se alinham ao seu viés político, torna-se essencial que parlamentares usem suas próprias vozes para informar, esclarecer e conscientizar a população.
A comunicação é, hoje, a nossa principal arma – e justamente por isso, tão ameaçada. Tentam calar aqueles que ousam denunciar, que questionam, que incomodam. Basta observar o tratamento dado a nomes como Daniel Silveira, Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis, Nikolas Ferreira – e, por que não, a mim mesmo. Todos, em maior ou menor grau, enfrentam tentativas sistemáticas de censura e silenciamento.
Mas há algo que os poderosos ainda não conseguiram – e talvez jamais consigam – calar: o povo. Porque sozinhos, somos minoria. Mas com o apoio e o engajamento de milhões de brasileiros, tornamo-nos uma multidão impossível de ignorar. Em tempos de manipulação narrativa, burocracia sufocante e ativismo judicial seletivo, seguir fiscalizando e, sobretudo, comunicando, é um ato de resistência. E mais do que nunca, é necessário.
Gustavo Gayer é deputado federal pelo PL-GO.