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Tensão na Venezuela obriga Forças Armadas a mobilizar tropas na Amazônia

Marinha, Exército e Aeronáutica são convocados para intimidar possíveis ameaças nas regiões de Roraima, Amazonas, Pará e Amapá

Redação
Por: Redação Fonte: Revista Oeste
03/07/2025 às 17h16
Tensão na Venezuela obriga Forças Armadas a mobilizar tropas na Amazônia
Militares durante incursão na região amazônica: ameaças externas geram tensão nas Forças Armadas | Foto: Reprodução/Redes sociais

As Forças Armadas iniciaram os preparativos para a Operação Atlas, uma das maiores ações militares já planejadas na região amazônica. Entre os dias 2 e 11 de outubro, tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica vão atuar em conjunto em áreas de selva em Roraima, Amazonas, Pará e Amapá. O planejamento da missão vai até 10 de julho.

Segundo o Ministério da Defesa, a operação está focada principalmente na logística, na integração operacional entre as Forças e na demonstração de capacidade de resposta diante de potenciais ameaças externas. Em nota oficial, o almirante de esquadra Renato Freire destacou o caráter estratégico do exercício. 

Forças Armadas: deslocamento começa em setembro 

“A Operação Atlas não é apenas mais um exercício de adestramento conjunto. É uma demonstração inequívoca de nossa capacidade de adaptação a cenários globais dinâmicos e complexos, de nossa prontidão e da qualidade de resposta a qualquer desafio que se apresente”.

Dividida em três fases, a operação começa desse modo com o planejamento, seguido pelo deslocamento de tropas entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro. A última etapa contempla os exercícios simultâneos em solo, rios e espaço aéreo da região.

Movimento é resposta a incidente venezuelano

Blindados, embarcações e aeronaves serão utilizados em manobras coordenadas, testando assim a capacidade de mobilização rápida e a integração entre os comandos regionais. A previsão é de que centenas de militares participem das atividades, com ênfase na atuação em áreas remotas e de difícil acesso.

Leia também: “A gente somos inútil”, artigo de J. R. Guzzo publicado na Edição 275 da Revista Oeste

A realização da Operação Atlas na Amazônia vai ocorrer meses depois de um episódio que elevou a tensão na fronteira norte. Em janeiro deste ano, veículos blindados da Venezuela cruzaram a divisa em Roraima, alarmando autoridades brasileiras e a população de Pacaraima. O governo venezuelano disse que houve um erro de navegação, mas o incidente aumentou sobretudo a desconfiança em relação ao regime de Nicolás Maduro.

Na ocasião, o comandante militar da Amazônia, general Costa Neves, afirmou que houve uma resposta imediata. “Transformamos um esquadrão em um regimento. Multiplicamos por três nossa capacidade. Estamos muito bem equipados”. O general ressaltou, aliás, o reforço no contingente, assim como na estrutura de defesa ao norte do país.

A tensão bilateral se agravou principalmente depois das declarações de Maduro ameaçando invadir a região de Essequibo, na Guiana, utilizando rota terrestre que passaria por território brasileiro. O governo Lula não reconheceu a reeleição do líder venezuelano e vetou sua entrada no Brics, o que ampliou a irritação do regime chavista.

Instabilidade coloca soberania em jogo

Apesar do histórico recente e da crescente instabilidade regional, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a situação está “absolutamente sob controle”. Segundo ele, a Operação Atlas reforça o compromisso do Brasil com a proteção de suas fronteiras e a manutenção da soberania nacional.

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